Por Daiane Sousa
Quem tem o hábito de ler os rótulos de alimentos já se deparou, na lista de ingredientes, com algumas palavras "estranhas" como espessante, antiumectante, estabilizante, antioxidante, edulcorante, entre outras.
Afinal, o que esses "ingredientes" significam? Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), além da matéria-prima normalmente utilizada para a fabricação do alimento industrializado, é necessário citar, na lista de ingredientes, todos os aditivos alimentares que o mesmo possui.
Os aditivos alimentares têm sido usados por séculos: nossos ancestrais usaram sal para preservar carnes e peixes; adicionaram ervas e temperos para melhorar o sabor dos alimentos; preservaram frutas com açúcares e conservaram pepinos e outros vegetais com vinagre. Entretanto, com a vida moderna, mais aditivos têm sido empregados, a cada ano. São nos produtos industrializados do nosso cotidiano, como os de baixo valor calórico, fast-food, salgadinhos embalados (snaks), que encontramos os aditivos mais ?modernos?. Se por um lado estes produtos são fundamentais para preservar estes alimentos, por outro lado, são eles que modulam o seu aspecto visual, seu sabor e odor, para deixá-los mais palatáveis e atrativos ao consumidor. O lado bom é que alguns deles são empregados para aumentar o valor nutricional e evitar a sua decomposição ou oxidação com o passar do tempo. O número de aditivos atualmente empregados é enorme, mas todos eles sofrem uma regulamentação federal no seu uso: alguns são permitidos somente em certas quantidades, enquanto que outros já foram banidos.
Mas para que servem os aditivos alimentares? Será que eles prejudicam a saúde do consumidor?
De acordo com a ANVISA, considera-se aditivo alimentar qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem o propósito de nutrir, mas com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais (como aroma, cor, sabor e odor) durante o processamento do alimento. Esta definição não inclui substâncias nutritivas que sejam incorporadas aos alimentos para manter ou melhorar suas propriedades nutricionais e nem contaminantes.
Nas indústrias, os aditivos alimentares também são utilizados para aumentar o prazo de validade dos alimentos e prevenir alterações indesejáveis (como, por exemplo: bolor), facilitando também sua disponibilidade durante qualquer época do ano, para um grande número de consumidores e, em muitas ocasiões, a um baixo custo.
Quanto à saúde, é preciso cuidar dos tipos e quantidades. Para tanto, o Ministério da Saúde, por meio da ANVISA, regulamenta e limita seu uso a alimentos específicos, na menor quantidade possível, para alcançar o efeito desejado; evitando assim, qualquer tipo de problema de saúde.
Antes de um novo aditivo ser liberado para uso em produtos industrializados, pesquisas são realizadas com objetivo de avaliar possíveis efeitos tóxicos, sendo que sua utilização é proibida:
- quando há evidências ou suspeitas de que o aditivo não é seguro para o consumo, ou
- quando interfere desfavoravelmente no valor nutritivo do alimento, ou
- quando serve para encobrir falhas no processamento e na manipulação do produto, ou ainda, para encobrir alterações e adulterações da matéria-prima ou do produto já elaborado, enganando o consumidor.
Mas, apesar do rigor dos estudos e da legislação e mesmo sabendo que nem todos os aditivos alimentares são sintéticos - sendo que muito deles são naturais (como alguns corantes, aromatizantes e flavorizantes) - não há como impedir que pessoas mais sensíveis, possam desencadear alergia ou intolerância a eles, assim como existem, aquelas que têm alergia ou intolerância a alimentos in natura e sem aditivos, como frutas frescas, ovos ou pescados.
Veja na tabela a seguir, os principais aditivos alimentares utilizados pela indústria, suas funções e alguns exemplos:
Fonte: ANVISA