Arroz branco não tão pálido nem tão pobre
Comida Saudável

Arroz branco não tão pálido nem tão pobre


Todo mundo sabe que arroz branco é mais pobre que o integral, que com o beneficiamento ele perde a película e o germe e que com estas partes se vão as vitaminas do complexo B, gorduras, minerais e fibras. A película pode ser colorida de marrom, vermelho ou roxo - no caso do arroz negro. Então lá se vão também substâncias antioxidantes como as antocianinas. Mas não podemos dizer que não sobrou nada e que não alimenta, afinal arroz branco (e todo interior é branco independente da cor da película) ainda conserva o carboidrato do grão integral e alguma proteína, que não é muita, mas tem. Sem contar que é prático e a gente encontra versão orgânica. Meu preferido é o cateto que tem cremosidade mesmo quando requentado, mas ao branco agulhinha costumo juntar alguma hortaliça ou grãos para torná-lo mais úmido, nutritivo e ilustrado - afinal, todos os acréscimos ficam na superfície. 


Qualquer hortaliça que tenha na geladeira ou na horta pode se juntar ao arroz. Assim você aproveita o calor, o tempo, o tempero,  e o faz mais rico, saboroso e colorido. Tudo ao mesmo tempo. E sem comprometer em nada a praticidade. Melhor que aqueles pratos prontos congelados.   Valem uns pedaços de batata-doce ou de cenoura - mesmo pedaços grandes, folhas de legumes que você normalmente não consumiria, grãos de amendoim, lentilhas já cozidas, quiabo inteiro, vagens etc. 




Gosto de juntar pimentas ardidas inteiras, que aprisionam em si a picância mas espalham pelo arroz sabor e perfume. Na hora de comer, é só dividir com quem gosta. Ela estará macia e será um ótimo tempero para o prato todo.  Pimenta cambuci inteira combina muito com arroz. O pequi, sempre guardo congelado e aí não tem segredo. É só jogar na panela do arroz. Umas folhinhas de ora-pro-nobis, sempre pego do quintal ainda mais agora que a planta está carregada de brotos novos, ainda avermelhados.  Às vezes também tem apenas dois ou três tomatinhos, pouco para uma salada mas suficiente para dar mais cor ao arroz,  e eles podem entrar inteiros. Assim como os dentes de alho que, cozidos inteiros, são delicados no sabor (a pungência só se dá quando duas substâncias, que estão em compartimentos separados, entram em contato no momento em que o alho é picado ou triturado - se é cozido antes, uma das substâncias, que é uma enzima, é inativada e o processo não ocorre). Se cozinhar os dentes inteiros, o arroz fica ainda mais bonito. Você pode colocar vários e cada quem descasca no prato. Umas folhas de manjericão ou qualquer outra erva também contribuem para o propósito.  E, por fim, alguma cor também é sempre bem-vinda. Gosto de usar urucum e cúrcuma, que junto na hora de refogar.  Os incrementos, coloco na hora de adicionar a água. Para um prato único, lave bem um ovo e coloque para cozinhar junto. Na hora de comer, é só descascar o ovo, temperar com sal e pimenta e servir sobre o arroz, com uma colher de manteiga derretendo por cima. Ou um fiozinho de azeite. Agora, invente sua própria versão.


E se você ainda não sabe fazer arroz, use a gordura de sua preferência na proporção de 1 colher (sopa) para 1 xícara de arroz, 2 colheres (sopa) de cebola picada e/ou alho, 1 colher (chá) de sal e 2 xícaras de água, mais ou menos como se vê aqui: http://come-se.blogspot.com/2008/06/arroz-de-grelos.html




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