
Já falei de carne de lata neste post: Nosso confit com nossas échalotes ou Carne de lata com charlota-das-cozinhas Em Fartura, gosto de comprar carne de porco no Açougue Nogueira, que vende porcos caipiras recém-abatidos e suãs carnudos, assim como frango congelado caipira de verdade, do tipo que faz pir pir e corococór. E ainda fazem ali mesmo linguiças deliciosas em ambiente super limpo. Mas nunca tinha visto lá a carne de lata. Desta vez bati os olhos num canto do açougue e vi os potes transparentes mostrando a gordura entremeando as carnes. Tá certo que ninguém mais queira guardar a carne na lata (se bem que o Carne na Lata Xavante vem na lata mesmo), nem precisa do recurso tendo geladeira. Mas o sabor é inigualável até mesmo nestes potes feios e asseados de plástico. Fiquei sonhando com os pedaços cheirando a fogão de lenha e casas de tábua de vós com despensa e grandes latas de carne garantindo mistura até a próxima matança. E pensando naquela carne brilhante de gordura que se parte em fibras suculentas. Comprei só dois potes. Melhor e mais prático que hambúrguer congelado e aquela massa de carne de galinha em pedacinhos empanados que eu esqueci o nome. Com a carne de lata é vapt vupt, fast food no melhor estilo. É só sair direto da geladeira (prefiro assim já que temos agora uma temperatura ambiente tão instável) para a panela. Não precisa comer muito. Só uns pedacinhos bastam para não empanturrar. A gordura que sobra você ainda pode usar para temperar uma grande quantidade de feijão, por exemplo. Ou fazer farofa para comer no outro dia. Ou então reserve para fazer sabão. Assim que cheguei de viagem já aqueci uns pedacinhos para comer com arroz e repolho refogado. No almoço de ontem uns pedaços se juntaram a um bom tanto de inhame (taro) cozido em água salgada e ainda cebolas cortadas em cunhas, umas rodelas de pimenta e só. Para comer com couve rasgada e refogada.

