Comida de mãe ou galinha d´angola com polenta branca
Comida Saudável

Comida de mãe ou galinha d´angola com polenta branca




Comida de mãe sempre conforta e nesta semana estou tirando a barriga da miséria com Dona Olga aqui em casa. Ontem teve assado de panela sequinho por fora e suculento por dentro que só ela sabe fazer, servido com pedaços de mandioca no lugar das tradicionais batatas. Amanhã, quem sabe, darei a receita. E hoje, tivemos angola (capote, cocá, angolinha, galinhola, conquém) que trouxemos do sítio, com carne firme e sabor sem igual. Combina muito com polenta e dona Olga ainda acrescenta o indispensável feijão ? na minha casa era impensável comermos polenta sem feijão. E, embora pareça estranho, fica muito bom. Usamos o feijão roxinho quilombola, da comunidade de Teixeiras, Mostarda-RS, comprado na Feira de Agricultura Familiar que aconteceu junto ao Terra Madre, em Brasília (forma pouco caldo, mas é muito saboroso).

Segundo Dona Olga que é expert em criar e cozinhar galinhas, perus, galos e angolas, tomate não combina com estas aves de terreiro porque a acidez briga com a personalidade forte da carne. Então, para dar cor, tem que ser colorau, que não altera o paladar, mas estimula as vontades. E nada de dourar a cebola (alho pode) com a carne ? uma atrapalha a outra e a cebola ainda se desfaz até o final do cozimento.O certo é adiciona-la só quando a carne já está cozida, para conservar o sabor e a forma. O mesmo vale para o pimentão, que é opcional. E o cheiro-verde, só no final, claro, para perfumar. Cheia de manhas esta minha mãe.


A carne é mais firme e mais escura que a da galinha. Não se deixe impressionar pela pele enegrecida. É normal.
Galinha d´angola com polenta branca
Ingredientes
4 colheres (sopa) de óleo
4 dentes de alho socado
1 colher (sopa) rasa de sal
1 angola de mais ou menos 1,5 kg limpa e cortada em pedaços
1 colher (sopa) rasa de colorau (urucum em pó)
1 colher (chá) de pimenta vermelha seca ou 2 pimentas dedo-de-moça, sem sementes, picadas
½ pimentão vermelho pequeno picado em tirinhas
1 cebola picada em rodelas
1 xícara (chá) de cheiro-verde picado
Modo de preparo
Numa panela de ferro aqueça o óleo e doure o alho. Junte os pedaços de angola (reserve o fígado) e o sal e refogue até dourar, mexendo de vez em quando, com cuidado. Junte o colorau e mexa. Coloque água quente, aos poucos, à medida que for secando, até a carne ficar macia (40 minutos ou mais, dependendo da idade da ave). Acrescente o fígado reservado, a pimenta, o pimentão e a cebola. Cozinhe por 10 minutos, juntando mais água se for preciso, para formar um molho. Desligue o fogo e acrescente o cheiro-verde.

Rende: 6 porções
Sirva com polenta branca, que todo mundo deve saber fazer (dissolva 2 xícaras de fubá branco - ou amarelo, se preferir - em 10 xícaras de água morna e leve ao fogo, mexendo, até engrossar; abaixe o fogo e deixe cozinhar, sem mexer, por 1 hora. Tempere com manteiga e sal a gosto).

Este é o pratinho da Dona Olga: tem que ter feijão e um verdinho (aqui, catalonha no azeite e alho)




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