Como o estilo de vida caçador-coletor levou embora 36kg
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Como o estilo de vida caçador-coletor levou embora 36kg


Olá a todos! Sou o Saymon de Albuquerque, 33 anos, biólogo e professor.

Sempre fui um adolescente magro e ativo, principalmente na época da faculdade, quando praticava esportes ao ar livre, capoeira e corrida, e comia praticamente de tudo, acreditando que eu era um agraciado da loteria genética neste quesito. Porém em 2010 comecei a perceber que a cada ano meu peso estava aumentando. Sempre fui um ávido consumidor de comida-porcaria, fanático por refrigerante, pães e doces – porém comecei a perceber que estava ficando acima do peso, principalmente quando via fotos de anos anteriores. Bom, como eu já tinha chegado aos 30 acreditei que seria "normal" um certo aumento de peso por questões de metabolismo e sedentarismo.

Atividades físicas passaram a ser raras em minha vida (eu culpava a vida corrida e atividade profissional por isso... nunca meu acomodamento) e a ingestão de lixo aumentava a cada dia em rodízios de pizza, chocolates, muitos lanches rápidos. No ano de 2011 comecei a fazer caminhadas apenas durante as férias, com muito custo "me arrastava" 2 ou 3km compensando depois as "calorias perdidas" com mais açúcar e farinha. Óbvio que desculpas nunca faltavam para após um mês encerrar estas atividades físicas.

Em 2012 meu peso estava bem acima do esperado: eu já estava com mais de 85kg (tenho 1,69 m) e sempre prometia a mim mesmo iniciar uma dieta. As vezes almoçava salada, fazia refeições leves de tarde, mas a vontade de comer comidas ruins imperava sempre. Bastava um pequeno deslize para eu me ver devorando um brigadeiro ou um pão doce, com a desculpa de quase todos os compulsivos desse caminho: Segunda eu começo uma dieta séria! De verdade!!!

Devo ter feito pelo menos umas 12 tentativas de dietas... Mas nunca conseguia levar nenhuma por mais de 2, 3 dias... Neste época comecei a ter picos de pressão alta, arritmias, e qualquer atividade física mais intensa me levava a um cansaço extremo... Em 2013 cheguei a 98kg. Me dei por vencido... Algo do tipo: "Quer saber ? Sou assim mesmo e estou feliz assim, pois sou feliz comendo o que gosto". Provavelmente a mais idiota desculpa e a pior pena que podemos impor ao nossa saúde e bem-estar... Mesmo eu não conseguindo amarrar o próprio cadarço sem me cansar e tendo que comprar novas roupas a cada mês. Os picos de pressão alta continuavam. Nesta época tentei começar uma dieta low-carb mas as dores de cabeça iniciais inerentes à adaptação, associadas ao medo da dieta "acabar com os rins" (risos) me desestimularam...

Eu já tinha lido em uma revista de grande circulação sobre dieta paleo, porém a princípio achei ser uma dieta muito cara e que fosse extremamente sistemática.... Coisa de revista fitness... Nisso ia tentando uma dieta convencional aqui e outra lá... Óbvio que sem sucesso algum... No começo de 2014, iniciei uma dieta convencional de restrição calórica. Não queria mais perder roupas e precisava melhorar minha saúde. Comecei as caminhadas (tinha um parque municipal com pista de corrida a 900m da minha casa, e que eu nunca tinha sequer visitado). Ia bem cedo e dava umas duas voltas totalizando cerca de 4 km (adicionando deslocamento de ida e volta), ia cedo porque tinha vergonha de ver pessoas mais velhas e bem mais condicionadas correndo e esbanjando saúde....

Me obrigava a ir caminhar a cada dia... Finalmente tinha imposto uma mudança em minha vida... Com um mês já estava dando 3 voltas, no outro 4... Logo comecei a trotar duas voltas... e o mais interessante é que instintivamente adotei uma dieta "mais ou menos" paleo sem perceber, almoçando sempre carne ou peixes, com ovos (poucos porque tinha medo de colesterol. rs), e muita salada. Porém ainda era um consumidor de arroz e de um grande lixo chamado "refrigerante zero". Comecei a perder peso, porém de forma vagarosa – já que aos finais de semana eu não dispensava uma pizza... Ainda comia pães e docinhos de festa... A caminhada virou corrida, comecei a tentar as flexões no solo e as barras fixas, improvisando uma em casa já que eu não conseguia levantar meu peso e não conseguia fazer nenhuma, não querendo "pagar mico" ao tentar em espaços públicos (além da dificuldade com dores constantes de tendinites que eu ostentava no ombro, pulso e joelho direito).

Ao longo de seis meses de atividade física quase diária e uma leve melhora na alimentação eu perdi aproximadamente 15kg, porém sentia que ainda não levava um estilo de vida saudável como eu gostaria. Pães, doces e refrigerantes ainda falavam mais forte. Na metade de 2014 novamente li um artigo sobre dieta paleolítica quando preparava uma aula sobre biologia evolutiva, que me levou a um aprofundamento no estudo e na percepção dos padrões de saúde de povos primitivos e aborígenes,. Como sempre me interessei por estudar antropologia e vivência primitiva, isso foi uma porta de entrada para a série de pesquisas que viriam depois.

Primeiramente pelo site do Dr, Souto, que acabou puxando para o Paleodiário. Passaram a ser minhas fontes de estudo, e comecei a reservar algumas horas de folga para estudar os artigos dos sites. Realmente no começo era um "nó" na cabeça... Não-restrição de gordura ? Comer pele de frango?? Mesmo gordinho eu NUNCA comia pele de frango! Retirava sistematicamente a gordura da picanha, tinha abolido a manteiga e colocado margarina em seu lugar (que bela troca, hein?)... enquanto me fartava de açúcar e farinha de trigo todo dia...

Comecei a praticar o que aprendia. O começo foi difícil: dores de cabeça fortes e fraqueza, mas passados os 3 primeiros dias já me sentia melhor. Eliminei o adoçante e comecei a tomar o café sem açúcar, eliminei todos os grãos (mesmo com os parentes próximos falando que eu ficaria anêmico e fraco... rsrs), perdi o medo da gordura natural dos alimentos, além de reformular minha atividade física diminuindo a frequência mas aumentando a intensidade – mergulhando nos ensinamentos do site de Mark Sisson. Aboli completamente o refrigerante e a farinha de trigo... e em mais 6 meses lá se foram 21kg, sem esforço, com muita saúde e disposição. As dores no joelho, pulso e o ombro "estragado" que eu tinha se foram como mágica!

Adaptei um estilo caçador-coletor ao meu dia a dia: deixo mais o carro em casa, compro o garrafão de água a pé, caminhando cerca de 600m com minha "caça" no ombro; não uso elevadores; faço sprints com meus cachorros; troquei os docinhos por frutas que eu cultivo em minha casa; crio galinhas e tenho ovos frescos sempre, e deixei de ter uma série de facilidades que eu tinha no dia a dia, chegando inclusive a trocar o chuveiro elétrico por um comum, uma cama mais dura, sandálias de borracha – e há 6 meses mantenho meu peso levando a vida dessa forma.

Hoje realmente aprendi a ser feliz de uma forma simples e acima de tudo, saudável!

2013 x 2015

2013 x 2015

2012 x 2015



Abraço a todos!
Saymon


E você, quer contar a sua história aqui no Paleodiário ? Se sim, me mande um email com o seu caso e algumas fotos de antes e depois.



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