No Bread, Please, Just Pass the Butter as Fat Demand to Soar
Por Lydia Mulvany
Artigo publicado no Bloomberg em 17/9/2015.
Traduzido por Regiany Floriano. O original está aqui.
Os consumidores estão evitando cada vez mais o pão e trocando por manteiga e carne vermelha, enquanto que os carboidratos estão ficando em segundo plano, depois da gordura e da proteína. Esta troca em todo o mundo é sustentada por uma mudança no consenso médico que promete transformar a indústria de alimentos.
A demanda global de gordura vai subir 43 por cento até 2030, com um consumo per capita saltando quase um quarto, de acordo com um relatório divulgado quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Credit Suisse. A demanda considerada é de 23 por cento de aumento para a carne vermelha e 8,3 por cento de queda para os carboidratos.
A gordura tem estado no centro de um debate médico há pelo menos três décadas, com a recomendação tradicional dos EUA relacionando-a com a obesidade e doenças cardíacas. Mas a pesquisa mais recente tem jogado a dúvida sobre esta conexão e tem apoiado os consumidores a comprarem mais das coisas que antes eram consideradas prejudiciais.
Não é provável que o colesterol seja a causa de doença cardíaca e a ligação entre gordura saturada e risco cardiovascular nunca foi provada, de acordo com o relatório do Credit Suisse, cujos autores dizem ter avaliado mais de 400 trabalhos de pesquisa médica e livros de acadêmicos e especialistas do setor. Nos EUA agora, suspeita-se que os principais culpados pela obesidade são provavelmente os óleos vegetais e os carboidratos.
O consumo de gordura acabará responsável por 31 por cento da ingestão de calorias até 2030, contra os 26 por cento dos dias de hoje, de acordo com o relatório.
A DEMANDA POR OVOS
As tendências, simbolizadas pelas dietas Paleo ricas em proteínas, também podem ser vistas no consumo mundial de manteiga, que está crescendo até 4 por cento a cada ano. As vendas de leite integral nos EUA aumentaram em 11 por cento, enquanto que as do leite desnatado tiveram um decréscimo de 14 por cento, como mostra o relatório.
Até mesmo os ovos, carregados de colesterol, estão na moda novamente - o consumo da variedade orgânica subiu até 21 por cento do ano passado. Em 2030 cada pessoa no mundo vai comer o equivalente a cinco ovos por semana, de acordo com o relatório.
Outros vencedores de consumo ao longo dos próximos 15 anos serão os laticínios, carne vermelha e peixe, enquanto os perdedores irão incluir o açúcar. As afirmações de que os alimentos mais saudáveis são os de origem natural será a chave para o sucesso a longo prazo, segundo o relatório.