

Sábado foi dia de encontro de firma em nossa casa. Marcos convidou as secretárias e fonoaudiólogas que trabalham com ele no consultório para almoçarem aqui e foi uma farra gostosa. João Vitor é filho da fono lourinha e delicada Leonilda e do otorrino japa e tímido Wellington. O menininho não é nada louro nem tímido - um perfeito japinha brasuca falante. E veio logo me perguntar baixinho se viriam outras crianças. Respondi que não, mas se quisesse eu poderia providenciar algumas rapidamente - era só convidar os filhos dos amigos vizinhos. Ele disse que tudo bem, não precisava, e logo tratou de inventar passatempos, brincando com a Dendê ou espiando as ervas do jardim sem se entediar. E depois de um tempo espantou-se, talvez com sua própria capacidade de aguentar aquele monte de adultos tagarelando, ao ver no relógio que já estavam ali havia cinco horas. Mas a alegria do garoto foi grande mesmo quando, já no final, fui fazer café e perguntei se queria moer os grãos para mim (estou virando uma exploradora de trabalho infantil). Aceitou saltitando e achei que era só fogo de palha pois na primeira rodada de manivela ele disse que tinha cansado, foi um trabalho duro, chegou a suar a camisa. Mas não quis desistir. A segunda rodada ficou um pouco mais fácil e depois da terceira já tinha pegado o jeito. Não queria parar mais, de modo que ainda sobrou pó para o próximo café. Perguntei se queria experimentar a bebida pronta e ele disse que preferia chá. Então pedi para que escolhesse a erva preferida no jardim. Depois de cheirar algumas, acabou colhendo melissa e hortelã que combinou com umas rosinhas secas. Fizemos a infusão numa xícara transparente e ele bebeu com gosto. E ainda levou erva de presente pra fazer mais em casa.