Comida Saudável
E dá-lhe taro (inhame)
Aquele taro enorme de Fartura continua rendendo. Se o ex-inhame não é extamente um alimento milagroso como todos gostariam que fosse, pelo mesmo faz mágica no rendimento. Com dois quilos e meio, convenhamos, dá pra fazer muita coisa. Quanto ao milagre do inhame, sinto decepcioná-los, mas não encontrei nenhum artigo sério que justificasse a panacéia toda que se atribui a ele. É nutritivo, saudável, pode concorrer com a batata no dia-a-dia, mas dizer que cura dengue e deixa qualquer pessoa imunizada contra doenças é um pouco demais. Também dizer que é um repositor natural de estrogênio é besteira. Aqui, a confusão novamente é com um tubérculo selvagem do mesmo gênero Dioscorea daquele que conhecemos no sudeste como cará (o correto agora é chamá-lo de inhame), portanto bem diferente do nosso taro (ou inhame, até que nos acostumemos com o novo nome), da espécie Colocassia esculenta. E mesmo porque aquele inhame selvagem, que realmente contém diosgenina, nem é comestível de tão escorregadio e amargoso. É útil, isto sim, para a indústria farmacêutica que precisa isolar o tal fitosterol. Ou seja, é um alimento saudável e com pequenas quantidades de algum fitofármaco como muitos outros vegetais; de vários nutrientes tem um pouco de cada ? nenhum em exagero; é rico em fibras; quase não tem gordura; tem muito carboidrato; é energético=calórico; versátil na cozinha, macio quando cozido (cru, contém ácido oxálico e deve ser evitado); é gostoso e barato. Um alimento assim, só pode fazer bem para qualquer dengo. Para dengue, anemias e reposição de hormônios, porém, melhor tomar outras medidas. Outras postagens sobre taros e inhames aqui no Come-se
Um bitelo de um taro
Sobre cará-mole, taro, inhame, cará, nomenclaturas e hormônios
Inhames e caras roxos
Inhame (cará) roxo de Belém
Taro dourado na manteiga com tomilho: umas fatias cozidas na água com sal e douradas em frigideira antiaderente com manteiga ? antes grudei nas fatias macias, pressionando com os dedos, uns galhinhos de tomilho fresco. Muito bom, recomendo.
Para o pão, usei praticamente a mesma receita do pão de abóbora, que registrei aqui há alguns dias, porém juntei sementes de endro, que minha intuição mandou; troquei o azeite por manteiga e o açúcar, por mel. Levei no jantar na segunda-feira, na casa da Mara Salles, e todo mundo gostou. Ficou com a crosta bem dourada (reação de Maillard agradecendo ao mel), porém macia.
Pão de taro (pão de inhame) com endro
Ingredientes
30 g de fermento biológico fresco
1 xícara de água (240 ml)
2 colheres (sopa) de mel (rasas)
Cerca de 750 g de farinha de trigo (a quantidade pode variar com o teor de umidade do taro)
1 colher (sopa) de sal (rasa)
500 g de taro cozido e amassado (cerca de 2 xícaras de 240 ml)
1 colher (sopa) de sementes de endro
100 g de manteiga em ponto de pomada (ou gelada, ralada no ralo grosso)
Modo de fazer: numa bacia ou tigela grande, dissolva o fermento na água com o mel. Junte um pouco da farinha só para formar um mingau. Deixe borbulhar (cerca de 15 minutos). Junte o sal e o taro cozido, mexa bem. Vá acrescentando aos poucos a farinha e mexendo com uma colher de pau. Quando ficar duro de mexer, passe para uma superfície de trabalho enfarinhada e vá juntando farinha à medida que amassa, até formar uma massa homogênea. Junte o endro. Sove um pouco e adicione, aos poucos a manteiga. Pode ficar uma melequeira nesta hora, mas vá amassando até incorporá-la toda à massa. Junte mais farinha, aos poucos. A massa bem lisa, brilhante e que não gruda mais nas mãos deve ser colocada novamente na tigela grande, coberta com plástico (uma touca de plástico comprada só para isto pode ser bastante útil) ou um pano. Espere a massa crescer até dobrar de volume (caso não tenha experiência com pães, faça uma bolinha com a massa e deixe num copo com água em temperatura ambiente ? quando ela subir à superfície, a massa certamente estará no ponto). Divida a massa em três e molde os pães compridos ou redondos (ou coloque em formas de bolo inglês) e coloque numa assadeira grande untada e polvilhada, deixando espaço entre eles. Deixe crescer novamente por cerca de meia hora ou até os pães dobrarem de volume. Polvilhe com farinha de trigo e leve ao forno preaquecido bem quente (280 ºC) e deixe assar por 10 minutos. Abaixe o fogo no mais baixo (150 ºC) e deixe assar por mais 50 minutos. Os pães devem ficar bem dourados.
Rende: 3 pães de 10 fatias
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