Acompanhamento no Restaurante do Luiz, no Mercado Municipal de Paraibuna: Tubaína Maçãzinha Campeão e salada de tomates com alface Este veio da Casa do Fogado para ser esquentado no almoço de segunda. Um bom fogado é assim, quando frio vira gelatina, graças à fartura de colágeno
A casa do Fogado. É uma casa comum, mas é só ir entrando. Vai dar numa sala com sofá e televisão. Se não tiver ninguém, é só chamar. Só vende fogado para viagem, nos finais de semana
Hortelã-pimenta
A estrela entre os temperos do fogado não é uma hortelã comum, basta ver as folhas (aqui na foto, ao lado de um pezinho pequeno de hortelã verdadeira), que crescem em roseta. Este pezinho eu já tive no quintal, mas não vingou. Desta vez procurei em Paraibuna para comprar, mas ninguém tinha, nem na feira, nem na horta do Lar Vicentino, nem nas panelas da Casa do Fogado (usaram hortelã comum, que tem o mesmo perfume, porque a original estava em falta no mercado). Espero que não se acabe.
O único defeito desta erva foi responder pelo nome de hortelã-pimenta, apelido que recebeu pela semelhança de sabor e aroma com as mentas. Isto me faz gastar horas tentando descobrir seu nome de batismo em latim, para saber mais sobre ela. Qualquer busca, claro, resulta em trabalhos com as espécies do gênero Mentha. E ela não pertence a este grupo. Então, já desisti. A menos que algum leitor saiba e possa esclarecer (como ninguém tem paciência de ler tudo o que escrevo até o fim, perdi as esperanças). Já falei dela em outro post.
A receita: reproduzo aqui a receita divulgada no Guia das Nascentes. Há duas fórmulas no livro, uma do Fogado Antigo e uma do Fogado de Festas, mais adaptado aos tempos modernos, feito com peito, ponta de filé, acém ou alcatra. Escolhi o primeiro, mais autêntico, mais gelatinoso.
Fogado Antigo (receita do Guia das Nascentes, pág. 159)
3 kg de carne de músculo cortada em pedaços
1 kg de mocotó em pedaços
5 colheres (sopa) de óleo
1 colher (sopa) de sal socado com alho
1/2 xícara de hortelã-pimenta picadinha
1/2 xícara de alfavaca picadinha
1 colher (sopa) de colorau
2 xícaras de cebolinha picada
1 xícara de salsinha picada Lave a carne muito bem em água corrente, até sair todo o sangue. Numa panela grande e grossa, de ferro de preferência, coloque os mocotós cortados arrumadinhos no fundo. Ponha os pedaços de carne por cima, adicione água até quatro dedos acima da carne e uma colher (sopa) de sal. Mexa o sal somente por cima, para que o mocotó não saia do fundo. Tampe e, quando ferver, deixe em fogo baixo até amolecer. Vá adicionando água quente se precisar. Deve levar pelo menos cinco horas de cozimento. Quando amolecer, retire todos os ossos, deixando na panela o mocotó e o tutano que ainda estiverem grudados nele. À parte, frite o sal com alho, adicione todos os temperos e o urucum e deixe fritar um pouco. Coloque tudo na panela de carne e mexa bem. Acerte o sal e deixe ferver bem. Para servir, a panela tem que ficar no fogo. Coloque a farinha de mandioca no prato e despeje um pouco de caldo, fazendo um pirão. Depois coloque pedaços de carne e arroz com urucum.