Desculpe aí, hem, pessoal. Desta vez a charada estava hermética demais e, a não ser pela cestinha com motivos marajoaras e a folhinha de chicória-do-pará que cresce aqui no meu jardim e deixei como dica na foto, realmente algo empanado e frito poderia ser qualquer coisa: cebolas fritas ou tempurá de camarão como pensaram a Rebecca e a Pat. Ou ainda pele de frango à pururuca, como quiseram o Rogério e a Nina. Sim, bem que poderia ter saído desta cozinha uns torresminhos assim ? uma vez tirei toda a pele de um frango para deixá-lo mais light, fritei e comi todo o courinho crocante, que eu poderia ter deixado grudado à ave e dividido com a família.
Poderia ser também polvo como chutou a Mad, ou coró a milanesa ? e aqui o Rui passou perto; lulas, cebolas, iscas, como arriscaram o Zé Augusto, a Marília, a Turmalina, o Paulão e o Espressa-mente; ou até um "cervello in farinato", viajou à Itália o Leo (e isto deve ser bem bom). Até com choco (sépia) se parece, sim, Maria, por que não? Ovas de peixe foi o palpite do Pablo e imagino que, empanadas, devem ficar bem gostosas também. O bicho do mato arriscou um peixinhos da horta. Claro, vagens da horta empanadas, não peixes de verdade. E isto dá água na boca. Enfim, tudo poderia ser.
Mas o troféu turu da semana quem leva mesmo é a Letrícia, do blog No Calor do Fogão. Como ela advinhou, não sei. Esperta a menina. Pelo menos me tirou a culpa de enganadora. Obrigada a todos que participaram.
Descobri um pacote de turu congelado esquecido no freezer, mandado por minha amiga Jerônima, lá da Ilha do Marajó. Aproveitei pra fazer estas receitinhas.
Para empanar, como mostra a foto do post anterior, apenas temperei com sal e pimenta-do-reino, rolei no fubá e fritei no óleo quente. Eliana me viu temperando e disse que não comia aquela coisa lambisguenta nem que estivesse passando fome. Mentira, como diz a Nina Horta: se tem fome, come sim. Melhor que farinha de bró, aposto. Depois de frito, convenci a moça a comer e ela não se arrependeu. Repetiu. Fica muito bom, lembra aneis de lula, mas com sabor muito peculiar, que só o turu tem. O terroir do mangue. É só se despir do preconceito.
Para a receita da foto acima, turu no azeite, alho e salsa, simplesmente joguei pedacinhos na frigideira quente. Assim que mudaram de cor, escorri o caldo (ele solta uma aguaceira danada) e reservei a carne. Dourei alho em azeite, juntei o turu, temperei com sal e pimenta-do-reino, tirei do fogo, acrescentei cheiro-verde e nhac com batatas polvilhadas com pimentón de la vera.
E aqui um vídeo que passou no Globo Rural da semana passada na fazenda dos meus amigos, Jerônimo e Brito (pais da minha amiga Kátia Brito), de onde veio o meu turu. O vídeo mostra, além do turu em seu habitat, ainda a famosa moqueca de filhote no leite de búfalo. Ai, saudade.
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