Comida Saudável
Uva champanhe ou zante currant
Às vezes um ingrediente tradicional entra na moda, é relançado no mercado e todo mundo passa a persegui-lo como a mais recente novidade. De fato o é para muita gente. Eu mesma não resisti a uma delas.
Na semana passada encontrei a fruta ao acaso numa mercearia da rua dos Estudantes, no bairro da Liberdade (mas no Mercadão também tem). O estilo chama a atenção pelo tamanho e delicadeza das uvinhas. O cacho é grande, mas as uvas são quase do tamanho de um grão de pimenta-do-reino, lindas. Mesmo sendo caras (20 reais, meio quilo) e tendo vindo da Califórnia protegidas com sulfito para evitar fungos, comprei para conhecer, como dever do ofício ou da curiosidade pura.
Engraçado é que estas pequenas uvas são uma das mais antigas variedades de Vitis vinifera de que se tem notícia. São doces, só um pouco ácidas e com um quê de champanhe, o espumante francês que não leva o tipo na fórmula. Nos Estados Unidos, são conhecidas como zante currants e em outros países que falam inglês, currants ou corinthian raisins. Como não tem sementes, são ótimas para se desidratar e fazer as famosas passas-de-corinto ou raisins of corinth, minúsculas. O nome zante refere-se à ilha grega do mar Jônico, Zakynthos ou Zante, que já foi o maior produtor e exportador desta uva. E não tem nada a ver, a não ser pela forma e tamanho, com as currants ou groselhas, do gênero Ribes. Agora, está na moda na Califórnia e no mundo como fruta de mesa, decorativa, com o apelo de mini que atraí tanta gente minimalista.
É difícil de lavar e de comer uvinha por uvinha. Dá vontade de enfiar logo um bocado na boca, mas e o medo de que no meio delas possa haver uma uva meio podrita que estragará todo o resto? E tem também o receio de encontrar uma aranhinha no meio do cacho que tenha passado batido à lavagem. É claro que se vem de tão longe pra cá, um produto tão frágil, deve estar tão impregnado de defensivos e irradiações que não sobra um ser vivo pra contar história (na embalagem referem apenas o sulfito), mas acho que é melhor mesmo para cozinhar, distribuir umas na salada, fazer enfeite de bolos etc. Elas são, sem dúvida, bonitas e deliciosas, mas "teje visto", já que não tenho planos de ir tão cedo à Califórnia, onde as comeria com mais prazer. O que fiz para aproveitá-las foi juntar a outras frutas - banana e carambola, espalhar sobre uma massa de cuca, a mesma que já dei aqui, polvilhar canela, cobrir de farofa doce, assar e nhac!
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