Corpo X Sociedade x Transtornos alimentares
Comida Saudável

Corpo X Sociedade x Transtornos alimentares


Por Ana Carolina Gontijo
Nossos Corpos são constantemente afetados pela influência da sociedade, por nossas experiências sociais e pelo contexto de valores do ambiente em que vivemos. Desde as primeiras civilizações, já havia uma preocupação com as formas do corpo. Nas sociedades antigas até a pré-moderna, era a gordura símbolo de beleza, fertilidade, riqueza material. Porém, do final do século XIX até os dias atuais, o corpo feminino ideal adotado pela sociedade passou a ser o magro. Isso influenciou o modo de pensar de diversas mulheres, não importando a classe social, e gerou diversas doenças. Dentre elas os transtornos alimentares, que cada vez mais têm se tornado uma epidemia na sociedade moderna.

Os Transtornos Alimentares caracterizam-se por uma grave perturbação do comportamento alimentar que pode levar ao emagrecimento extremo (caquexia), causando danos irreversíveis ao organismo ou até a morte. As pessoas geralmente acometidas por esse transtorno possuem pensamentos distorcidos de sua imagem corporal, não enxergando muitas vezes a realidade. A interação de fatores biológicos, familiares, socioculturais e psicológicos é responsável pelo desencadeamento e perturbação desses quadros.

A anorexia nervosa é um transtorno caracterizado por limitação da ingestão de alimentos, devido à obsessão com a magreza e o medo mórbido de ganhar peso. Acomete, sobretudo, adolescentes e mulheres jovens. De forma gradativa as pacientes passam a viver exclusivamente em função da dieta, comida, peso e forma corporal. Mesmo que esteja abaixo do peso, a pessoa ainda se acha gorda. A anorexia, em geral, vem acompanhada de sentimento de culpa ou depreciação por ter comido, hiperatividade e exercício físico excessivo, interrupção da menstruação, excessiva sensibilidade ao frio e mudanças na personalidade (irritabilidade, tristeza, insônia etc...).


A bulimia nervosa manifesta-se pela ingestão compulsiva de grandes quantidades de alimento seguida de métodos inadequados para evitar ganho de peso, como vômitos auto-induzidos, abuso de laxantes, diuréticos e exercícios extenuantes pelo medo de engordar. Ela é alternada com comportamento dirigido para evitar o ganho de peso, como vomitar (95% dos pacientes), abusar de laxantes e diuréticos, excesso de exercícios físicos ou períodos de restrição alimentar severa, sempre com medo exagerado de engordar, com manifestações emocionais de sentimentos de culpa e ódio para si mesma, depressão, tristeza, dentre outros.

Outro transtorno é a compulsão alimentar periódica, a pessoa costuma comer num pequeno período de tempo, uma quantidade de comida muito grande. Se difere da bulimia nervosa por, apesar do grande desconforto gerado por esses ataques, não haver uso regular de vômitos ou abuso de exercícios, laxantes e diuréticos. Em geral, a pessoa com esse distúrbio ingere grandes quantidades de alimento mesmo quando não sente fome e procura comer sozinho por se sentir envergonhado ou culpado por comer desse modo. Em alguns casos, o indivíduo sente-se muito mal, com muita culpa ou depressão, após se alimentar. Se o comportamento persistir durante um longo período, pode levar à obesidade.

Dentre outros transtornos podemos citar:

Transtorno alimentar noturno, caracterizado por ?assaltos? noturnos a geladeira, feitos muitas vezes de forma inconsciente pelos ?sonâmbulos?, que não se lembram de nada ao despertar. A maioria dessas pessoas geralmente estão fazendo algum tipo de regime durante o dia;

Pica, transtorno caracterizado pela ingestão de sustâncias não comestíveis como sabonete, argila, gesso, casquinhas de pintura, etc. Acomete, por vezes, gestantes e crianças com alguma carência nutricional;

Síndrome de Prader-Willy, um problema congênito associado a um tipo de retardo mental, onde as pessoas não têm controle ao aceso à comida, comem sem parar até que acabam morrendo por diversas complicações. Parece estar relacionado com um mau funcionamento do hipotálamo e, até o momento, não se tem cura.

Referências:
GERRING, Richard & ZIMBARDO, Philip G A psicologia e a vida, Porto Alegre, ARTMED, 2005.
GIDDENS, A. .Sociologia.Lisboa:Fundação Caloute Gulbenkian, 2002.
http://www.psiqweb.med.br/alimentar.html
OMS in: http://www.plenamente.com.br/diagnosticos3.htm




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