Comida Saudável
A melhor comida é aquela que nos é oferecida
G
ostava quando minha mãe me acordava com uma xícara de café recém-coado, ainda que fosse sábado muito cedo, ainda que fosse uma estratégia para eu sair da cama. Mas nem era. E ainda sou capaz de me emocionar quando a Eliana, do nada, aparece aqui no escritório trazendo um cuscuz quentinho com uma bolota de manteiga, que já chega derretida, e café cheiroso. Às vezes ainda estou saciada com o café da manhã recém concluído, mas a alegria é tanta que como tudo com gosto, ainda que tenha que adiar o almoço. E não é exatamente pelo cuscuz ou pelo café, afinal poderia ser uma batata doce quente com leite gelado, uma banana amassada com farinha de milho, uma farofa ou o que quisesse oferecer, mas sim por este gesto de dar de comer ao outro, que compõe a avaliação final do prato. Isto se soma e se sobrepõe às outras sensações gustativas. Por isto temos que ter cuidado quando dizemos por aí que o feijão daquele restaurante não chega aos pés do feijão da nossa mãe. É o fator oferta operando em alta. Mas, voltando ao cuscuz, a Eliana diz que na família dela tem o apelido de "perseguidor", pois onde se vai em sua cidade há o cheiro de cuscuz perseguindo. Entra numa casa e sobre o fogão um cuscuz cozinhando, entra em outra, a mesma coisa. Quando ela chegou em São Paulo trocou o hábito por pães e bolachas recheadas, porque cuscuz representava a vida dura que levava nas máquinas de sizal, quando levavam uma latinha de óleo vazia para improvisar uma cuscuzeira nos distantes locais de trabalho. Agora existe flocão, milharinas e afins, mas antes, quando ela era criança, o milho era deixado de molho um dia antes e pilado. Já há algum tempo ela voltou a dar cuscuz para os filhos em vez de bolachas recheadas e danoninhos, se convenceu que não é apenas comida de pobre, que faz parte de seus costumes e que pode ser muito gostoso, principalmente para os que recebem. Eu que o diga!
Bem, a receita dela está aqui: http://come-se.blogspot.com/2010/01/cuscuzeira-para-um.html
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