Comida Saudável
Broinhas de fubá (broinhas de cuité)
As rachaduras são a marca registrada deste tipo de broinha
Originalmente esta receita é feita com fubá de canjica, praticamente desconhecido fora de Minas e Goiás. Ele é extraído de milho duro e seco resultando num pó muito fino e rico em amido. O que o distingue do fubá mimoso é a granulometria e o tipo de moinho usado para produzi-lo, já que ambos usam como matéria prima o grão do milho amarelo desgerminado e sem o pericarpo (a película que recobre o grão), também chamado de canjica amarela. Tradicionalmente o processo era feito da seguinte forma: o milho era deixado a secar no próprio pé, o que resultava num fubá saboroso e adocicado; depois os grãos debulhados passavam pelo monjolo para que fossem eliminados o gérmen e a película. A parte vítrea, mais dura, do milho era triturada em moinho de pedra, também movido à água (como o monjolo) que, num processo demorado, transformava o milho desgerminado num pó de granulação finíssima. Hoje a maioria é feita em moinho de pedra elétrico.
Uma das preparações mais tradicionais e apetitosas feita com ele são estas broinhas. Antes feitas na cuia, por isso chamadas também de ?broinhas de cuité?, elas podem ser moldadas em xícara de fundo arredondado, polvilhada com fubá. As receitas são muito variadas quanto à proporção dos ingredientes e o modo de fazer (pois mineiro que é mineiro, sabe fazer a olho direitinho). Na ausência do fubá de canjica, costuma-se usar fubá comum e amido de mandioca (polvilho) para garantir a liga, a umidade e cremosidade. De vez em quando trago a preciosidade de Gonçalves, sul de Minas. Mas agora estou sem. Então, vamos ficando com esta receita, que é muito boa também. Assim que eu tiver o tal fubazinho, registrarei aqui a fórmula clássica.
A massa tem consistência macia, por isto deve ser moldada na xícara
Broinha de fubá
2 xícaras de fubá de milho
amarelo (ou branco)
1,5 xícara de polvilho doce
3,5 xícaras de leite
1 xícara de açúcar
½ xícara de óleo
1 colher (sopa) de erva-doce
½ colher (chá) de sal
5 ovos pequenos
1 colher (sopa) de fermento em pó
Fubá (para polvilhar)
Peneire juntos o fubá e o polvilho. Reserve.
Coloque numa panela com o leite, o açúcar, o óleo, a erva-doce e o sal. Leve ao
fogo e cozinhe, sem parar de mexer, até formar um angu bem duro (não se assuste se grumos começarem a se formar; é que o polvilho gelatiniza antes que o fubá ? é só continuar mexendo e tudo dará certo). Espere esfriar, passe para a tigela da batedeira e vá juntando os ovos já mexidos, aos poucos, e batendo sem parar. Junte o fermento em pó e bata para misturar bem.
Unte uma assadeira com manteiga e polvilhe com fubá. Coloque um pouco de fubá dentro de uma xícara de fundo redondo e coloque uma colher (sopa) rasa da massa dentro dela. Agora, chacoalhe rodando a massa até que ela se transforme numa bolinha. Isto é feito porque a massa é meio molinha para ser enrolada nas mãos. Vá colocando na assadeira, deixando um espaço entre elas. Leve para assar em forno bem quente, por cerca de 50 minutos ou até que elas fiquem douradas e firmes (como um bolo). Sirva quentinha com café - ou com manteiga, queijo, goiabada, marmelada. Rende: cerca de 60 unidades
Esta forma para pães de queijo de massa mole é ideal também para estas broinhas
Fiz algumas alterações para facilitar (como incorporar os ovos à massa na batedeira, que não é fundamental, só mais fácil), mas a receita original tirei do livro O Gosto Brasileiro ? As melhores receitas da cozinha mineira ? Editora Globo. Esta coleção eu indico, pois trabalhava no Estúdio Sonia Robatto na época em que o livro foi feito lá e sei que todas as receitas foram cuidadosamente testadas. Algumas por mim mesma. Agora, as que aparecem na foto fiz ontem do jeitinho que estou dizendo (as xícaras são sempre aquelas padronizadas, com volume de 240 ml).
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