Carapeba-branca
Comida Saudável

Carapeba-branca




Se o
tamuatá não é unanimidade, conforme discorre o amigo Carlos Dória, duvido que alguém não goste deste peixinho de carne branca, delicada e sem sombra de pitiú. A carapeba branca foi comprada no Mercado da Lapa como carapaba, conforme escreveu o vendedor no embrulho. Talvez seja chamada assim em algum lugar? Mas pode ser chamada de acará-peba, carapeva ou caratinga (que nomeia ainda outra espécie do mesmo gênero) e responde pelo nome de registro Diapterus rhombeus, da família dos gerreídeos. O nome popular vem do tupi akara'pewa, sendo aka'ra igual a escamoso, cascudo, e pewa é chato, liso.
No Oceano Atlântico Ocidental, cardumes são encontrados da Carolina do Norte até Santa Catarina, ou seja, em praticamente todo o litoral brasileiro, especialmente em estuários ou perto da costa nas praias arenosas, a uma profundidade que pode variar de 9 a 70 metros.


Não é um peixe que desperte muito interesse comercial, embora no Nordeste (Pernambuco?) já haja criação em viveiros e tanto no Rio como Salvador é encontrado mais facilmente. Em Alagoas, me disseram, é uma iguaria. É ir lá pra conferir. Aqui em São Paulo aparece no mercado de vez em quando, para alegria dos que gostam de peixes pequenos e não se importam de tirar os espinhos no prato, comer a cabeça frita e crocante.
Como é alto, curto e meio gordinho, dá também para tirar pequenos filés, mas perde-se muito se os exemplares forem pequenos. No entanto, pode chegar a até 35 centímetros. Aí, tudo bem. No quilo que comprei vieram 8 peixinhos prateados cheios de escamas transparentes e uma barrigada de cheiro fresco para tirar. Com pele firme como de gente, espinhas disciplinadas - algumas, tirei com pinça -, não pensei outro tipo de preparo a não ser como sashimi ou simplesmente temperado com sal e pimenta-do-reino e dourado no azeite. Antes de temperar, fiz uns cortes transversais na pele com bisturi porque a pele é impenetrável com faca pouco afiada.




Carapebas douradas no azeite


Limpei e descamei 4 carapebas pequenas (meio quilo, no total), risquei as peles com faca afiada (ou melhor, usei bisturi, muito útil para peles firmes como a nossa) e temperei com sal, pimenta-do-reino, gengibre ralado e alguns floquinhos de pimenta ardida seca. Deixei pegar gosto por 15 minutos. Dourei duas de cada vez em frigideira antiaderente com azeite. Dos dois lados, claro. E pinguei umas gotas de limão. Comi duas delas com trigo que tinha já cozido e ao qual juntei espinafre cozido e refogado com alho do dia anterior. Os outros dois foram para a Eliana. E nhac.




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