Casa da Videira em Curitiba
Comida Saudável

Casa da Videira em Curitiba


Leite e queijos de leite de cabra

No último domingo, ainda em Curitiba, fui visitar o projeto Casa da Videira, que já citei aqui.  Na fazenda há cabras, coelhos, galinhas, minhocas, porquinhos da índia além de tomates, bertalhas, almeirões, ora-pro-nobis, framboesas, uvas, maçãs, phisalis e muito, muito mais. Se pensa que estou falando de uma propriedade de hectares tocada por gente da roça, engana-se. É uma fazenda experimental urbana de fundo de quintal de 300 metros quadrados, no meio de um quarteirão de bairro classe média, tocada por profissionais graduados em diversas áreas e preocupados com o modo moderno de viver, com o destino de nosso lixo, com o desperdício de alimento e tantas outras questões ambientais.  Excedentes de comida viram alimento para os bichos, que produzem compostos para os canteiros de verduras e minhocas para galinhas, tudo pra virar mais comida, que alimenta homens e bichos, bichos que alimentam o homem, e assim vai-se fechando o ciclo, sem lixo, porque comida não é lixo, é dádiva.  Claudio Oliver e sua mulher Kátia me receberam em sua casa em pleno dia de Reis, razão pela qual estavam assando e decorando uma rosca coberta com frutas, que cheirava na esquina. A casa onde moram fica num condomínio fechado, mas fomos visitar a Casa da Videira que fica em frente e tem portão adornado por uma parreira. Ali, numa casa de madeira cor de laranja com janelas brancas, mesmas cores da minha,  vive Eduardo com sua mulher e bebê. Sua tese de mestrado é sobre a própria experiência e ele adora mexer com as plantas, encontrar espécies esquecidas e selecionar variedades apropriadas àquele microclima, como foi o caso de um tipo de bertalha que se deu bem por ali. Oliver cuida dos bichos, que inclui ir buscar hortaliças desperdiçadas nos mercados, com a kombi do projeto, e ordenhar todas as manhãs as cabras. Aliás, nada ali cheira a galinheiro ou a chiqueiro. Predomina o perfume fresco de horta molhada, mas os bichos são cuidados com tanto zelo que não cheiram a nada. E zelo significa tecnologia como é o caso do uso da borra de café no chão junto com serragem, que elimina todo o possível mau cheiro e infestação de insetos.   A primeira prova foi já na cozinha de Claudio que me ofereceu leite e queijo de cabra feito por ele. Poderia jurar que ele estava me enganando, pois não havia o mínimo resquício daquele aroma característico de leite de cabra, de que eu sempre gostei - segundo ele, a peculiaridade vem das más condições de higiene. Os ovos também tem perfume suave, em nada lembrando aquele cheiro forte de ovo de granja. Pena que foi rápida a visita, mas gratificante, pois além do fato de ter conhecido tudo isto, voltei com sementes, sabão feito com óleo reciclado feito pelo Eduardo e sabonete de leite de cabra feito pelo Claudio.  Fique aqui com os links de reportagens e vídeos para conhecer mais o projeto. E depois, fotos que fiz no local.

Reportagem no caderno Paladar.



Bertalha super bem adaptada
As cabras 
Queijo de leite de cabra 
Eduardo mostrando os coelhos
Galinhas comendo compostos cheios de minhoca
Canteiro adubado com composto do minhocário
Claudio conferindo planilha de ordenha
Pão com queijo de leite de cabra derretido

Porquinhos da índia são os cortadores de grama
Sabão feito com óleo usado





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