Come-se no Parque Lage. Ou É tempo de oiti
Comida Saudável

Come-se no Parque Lage. Ou É tempo de oiti



Macaquinho chegando à jaca
Foi com esta mesma amiga Kátia com que passei o dia de hoje que eu já tinha visitado o Parque Lage. Uma vez, no aniversário da Mariana, filha dela, quando fizemos um piquenique com várias crianças. E outra, quando ela apresentou a peça João e Maria, que dirigiu e atuou com bruxa que saia das grutas, percorria as florestas e deixava todo mundo tremendo de medo e querendo mais.
Hoje o parque, que deve ser um dos mais lindos do Brasil, estava extremamente agradável, com folhas molhadas nos caminhos de pedra, corredeiras agitadas e um perfume refrescante e herbáceo no ar. Vimos muitos macacos, macacões e macaquinhos, muitos oitis comidos - sim, é tempo de oitis. Ou uti como a Kátia conhecia quando criança.


Domingo parece ser dia de tomar café no Parque Lage. Logo depois de termos chegado, começou a ter até fila de espera. Café com leite coberto de espuma cremosa, bolo fofo, pão quentinho, tudo caprichado.
Antes, porém, de percorrer trilhas, tomamos café da manhã, à beira da piscina do casarão que fica na frente da floresta com o Corcovado ao fundo. A Kátia é uma excelente guia, conhece tudo do parque e foi a primeira vez que consegui explorar o lugar com um pouco mais de tempo. Aqui e ali um piquenique, umas jacas comidas, sementes brotando, jambos pela metade e muitos, muitos oitis raspados de dente até o caroço.


Jaca e fruta-pão. Ambas da família da Moráceas. A última, trouxe pra casa, pois estava inteirinha. Amanhã, cozida e coberta com manteiga, será meu café da manhã.



Jambo comido. Crocante e com sabor de maçã temperada de rosas


Oiti, dentro de uma gruta - havia vários restos de frutos comidos, certamente levados por animais



Na volta, colhemos oitis na Rua dos Oitis, na Gávea. Abaixo, já lavados e desmembrados na casa da Kátia, para degustação. Fruta de brincar, gostinho de infância
O oiti é fruto da Licania tomentosa, uma árvore nativa do Brasil e mais comum no Nordeste. Muito resistente, é usada amplamente em paisagismo urbano e hoje pode ser encontrada em quase todo o país (até na praça Zé Roberto, perto da minha casa, na Lapa). Aqui, em Copacabana, as ruas estão manchadas de amarelo, de tanto oiti no chão. O frutinho de polpa amarela e cremosa, é adocicado, com pouquíssima acidez com caroço grande e fiapento. É encarado mais como uma fruta de brincar, como o ingá, pra divertir o paladar.

E depois do passeio e da degustação de oitis, filé de búfalo do Marajó na chapa, marinado em ervas e cachaça do Norte de Minas, que a Kátia prepara como ninguém. Especialmente para os amigos.




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