Delícias de Silveiras. Parte 3 - O Sítio do Pinhal
Quando João me deu as duas indicações de onde ficar hospedada em Silveira, entre uma pousada e uma hospedagem escolhi visitar primeiro o site do Sítio Pinhal. Quem me atendeu na sexta à noite foi a Marina. Ela foi tão simpática que não pensei em procurar outro opção. A gente é simples, mas você vai se sentir em casa, ela disse. Fiquei de ligar mais à noite, mas o Marcos chegou tarde e só liguei para confirmar, no sábado cedinho, enquanto o Marcos ainda dormia. Pode vir, que o chalé está reservado pra você, disse ela, como se fosse minhã mãe falando, no sentido de carinho. E deixa ele dormir pra descansar. Já estou botando o feijão no fogo, mas pode vir com calma. Quando vocês chegarem, vai ter comida, não se preocupe. A estrada de Silveira até lá vai entrando e rodeando a Serra da Bocaina e mostrando uma paisagem de tirar o fôlego, um mar de morro verde de formas orgânicas que vai longe emendar com o céu. Gosto quando posso repousar os olhos assim, no horizonte distante. Chegando lá, a paisagem continua envolvendo o sítio e todas as janelas são como quadros. O contraste com o verde faz com que tudo o que cresce ali pareça mais colorido e viçoso. Amarelo pra chuchu de cerca, vermelho vivo para o urucum, flores de todas cores. Galinhas criadas soltas, pinhões caídos sob araucárias centenárias, um friozinho bom para namorar e a lenha crepitando no fogão de gostosuras.
Chuchu amarelo, limão zamboa e urucum. Crescem coloridos vigiados por montanhasO sítio é tocado pela família e todos são de uma simpatia não ensaiada cativante. Os filhos, Elizeu e Marcos, entendem de carpintaria e edificação e foram eles que construiram os chalés. Mas entendem de outros assuntos também. Não lhes falta repertório para uma boa conversa sobre uvas viníferas e de mesa, cortes de vinho, tipos de mandioca, fungos e brocas, peixes, aves, árvores, frutas e até de cozinha (foi Elizeu quem me deu a receita do pudim de pinhão hoje ao telefone e me explicou detalhes técnicos, como por exemplo que tem que desenformar enquanto o pudim ainda está quente para que o caramelo não resfrie e solidifique novamente - apesar do leite condensado, era a melhor sobremesa junto com o doce de abóbora). O casal Marina e Roque trabalham em sintonia e nos tratam como se fôssemos mesmo da casa. Nada de sorrisinhos treinados, só risadas sinceras.
Pudim de pinhão: segundo Elizeu, é feito como um pudim de leite condensado comum, porém com pinhão batido junto. Bate no liquidificador 1 lata de leite condensado, a mesma medida de leite, outra de pinhão cozido e 3 ovos. Joga mais ou menos meia lata de açúcar numa forma de buraco no meio, leva ao fogo e deixa caramelizar. Depeja a mistura de pinhão por cima, cobre a forma e assa em banho-maria até ficar firme. Desenforma enquanto ainda está morno e serve gelado.
Quase tudo o que a gente come sai do próprio sítio. As verduras são cultivadas de forma orgânica, as frutas viram sucos e doces, sempre presentes no cardápio farto e variado.
Quem quer luxo e conforto não vai encontrar ali, pois é tudo muito simples. Nada de piscina, sala de jogos, sauna, massagem, sala zen, meditação ou pedras aquecidas. Mas não se passa tédio, fome nem frio, as instalações são limpas e a cama, confortável. E felizmente não pega celular nem internet, que é para não ter distração além da paisagem, do barulhinho da água corredeira e do canto dos passarinhos. Tem TV na sala de comer e pude até assistir ao Globo Rural no domingo (aliás, uma equipe do Globo Rural que foi para documentar a Festa da Broa, também estava hospedada lá). Já nos quartos, nada de TV muito menos frigobar. É um lugar para quem quer acalmar a alma, sem nenhuma terapia envolvida, e descansar um pouco os olhos, desacelerar e lubrificar os motores. E você pode ficar ali só na contemplação (R$ 140,00 a diária para casal com pensão completa; só com café da manhã sai a R$ 80,00). Ou tratando de ajudar a ordenhar a vaca, fazer o queijo. Quer coisa melhor? Para ver fotos do lugar, das comidas, ouvir a Marina falando dos tipos de mandioca do sítio e, de lambuja, ainda ouvir o som do Grupo de Folia do Morro dos Macacos, que esteve no sítio para um projeto do João Rural, veja o vídeo.Sítio Pinhal: Tel. (12) 3102-7179 ou 9600-6836
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