Kvas ou kvass de framboesas, amoras e nêsperas
Comida Saudável

Kvas ou kvass de framboesas, amoras e nêsperas


Não sei se o que fiz pode ser chamado  exatamente de kvas, a bebida fermentada encontrada no mundo eslavo. A tradicional é feita a partir de pão de centeio ou outro. Geralmente leva soro de leite,  massa fresca de pão ou o próprio fermento biológico como iniciador do processo fermentativo. Aliás, kvas ou kvass significa fermento nas línguas eslavas.  O que dá a cor são os aditivos que podem ser frutas, legumes ou ervas. O de beterraba é um clássico, alardeado também como panaceia, que eu não acredito. Bebidas fermentadas costumam ser saudáveis e refrescantes e o kvas quase sempre tem baixo teor alcóolico e pode ser tomado à vontade. Se feito com frutas, haverá um pouco dos pigmentos antioxidantes, vitaminas e metabólitos da fermentação. Mais, há que se pesquisar, comprovar. De qualquer forma, são muito mais saudáveis que refrigerantes, isto ninguém pode negar. 

Resolvi fazer quando a amiga Carol Leone me mandou o link
http://www.greenkitchenstories.com/fermented-fruit-kvass/ perguntando se já tinha feito.  Não, nunca. Mas foi uma ótima ideia para usar as framboesas de Santo Antonio do Pinhal que havia acabado de ganhar da Carol e do Alex, para as amoras que havia colhido em Piracaia e para as nêsperas que ganhei da dona Lídia, vizinha também de Piracaia. Entraram na fórmula ainda o gengibre do meu quintal, o mel do telhado da Juliana e do Flores, e, pra continuar com ingredientes de origem, água do meu filtro de barro vinda da Sabesp. Então, claro, foi tudo adaptado. 

E como eu não tenho a mínima ideia de como possa ser o sabor de um verdadeiro kvas consumido na Rússia, na Hungria, na Polônia ou em outros países da Europa Oriental,  fiz uma bebida fermentada com segunda fermentação na garrafa - isto, simplesmente porque achei que o sabor não estava muito bom e resolvi adicionar um pouco mais de mel, sem me lembrar que com isto a fermentação continuaria.  Coloquei a bebida numa garrafa, destas de cerveja que fecham hermeticamente. Deixei na geladeira e só abri depois de uns três dias. Estourou quase como champanhe. Fechei em seguida, maravilhada com as borbulhas e abri novamente várias vezes até tirar estas fotos  - antes que não sobrasse nada. Fui bebericando aos poucos, adorando o sabor meio avinagrado, adocicado, frutoso.  Pois então não sei se o que fiz vai lhe servir como receita. Pode, sim, motivar a inspiração para buscar receitas variadas. Há um mundo paralelo de kvas e outras bebidas fermentadas a ser explorado. É só procurar no google imagens, que já vai cair no mundo de quem faz.  Agora fiquei com vontade de estudar mais o assunto, entender o processo, os porquês, o melhor grau de açúcar, de álcool, o tempo certo de fermentação etc. Talvez fazer um curso - alguma indicação?


Amoras

Framboesas

Nêsperas (com batata doce)





Como fiz: coloquei num vidro de conserva, destes com anel de borracha e presilhas, meia xícara de amoras e framboesas lavadas, 2 nesperas grandes sem sementes, picadas, 1 colher (sopa) de gengibre sem pele, ralado, 2 colheres (sopa) de mel e 1 litro de água filtrada. Tampei bem e deixei sobre a pia. De vez em quando, chacoalhava. Depois de três dias a mistura estava colorida e borbulhante. Passei por filtro de café (só usado para frutas) sem apertar as frutas e provei. Achei meio ácido e seco demais e acrescentei mais uma colher (sopa) de mel. Envasei em garrafa com presilha e deixei na geladeira por mais três dias. Abri e puf. Espuma fina na primeira vez, quase como cerveja. Nas outras vezes que abri, ainda um pouco de espuma efêmera e pérlage  persistente. E glupt, como diria o Luiz Horta. 




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