Nabo selvagem
Comida Saudável

Nabo selvagem



Você pode até achar que eu roubei este nabo daquela horta que encontrei na calçada do meu caminho. Mas não. Já há algum tempo tinha desconfiado daquela hortaliça com folhas de rabanete, cheiro de mostarda e flores como as de brócolis, que crescia viçosa numa calçada entre capins altos e tiriricas em frente a uma casa abandonada.  Ontem, reparando melhor  a terra ao redor, vi que uma bola redonda e branca buscava espaço como quem quer vir à luz. Era um nabo redondo! O chão coberto, abandonado e úmido, era fértil e fofo e foi só puxar a verdura pelas folhas.

Assim como aquele pezinho de alface solitário que já mostrei aqui, nabos na calçada não são obras da mesma espontaneidade com que se espalham ervas indomáveis como o mentruz, os dente-de-leões, as serralhas e outros matinhos. Simplesmente porque não há mais por aí nabos selvagens que crescem e florescem ao tempo de seu próprio ciclo. Nabos, brócolis e alfaces são hortaliças cultivadas que só escapam ao controle do homem quando uma horta é abandonada à própria sorte. Aí sim, florescem, frutificam e as sementes são carregadas pelo vento ou pelos pássaros. E provavelmente foi o que aconteceu. Talvez, quem sabe, havia ali no quintal dos fundos da casa fantasma uma horta esquecida, cujo descendente foi parar hoje no meu prato.

Salada da raiz, arroz das folhas. Com frango e grão de bico. Nhac!
As folhas, depois de bem lavadas e higienizadas, foram cozidas com o arroz. A raiz ardida e crocante foi picada em cubinhos e virou salada com pepino orgânico comprado, cebola roxa do supermercado, limão-rosa do Seu João da rua de baixo, e cheiro-verde, pimenta e tomatinho do meu quintal. Com grãos de mostarda tostados. Comer assim, engraçado, sabe à alegria do cheiro de terra molhada com a primeira chuva da primavera.

Esta foto foi há algum tempo, quando desconfiei da sua presença

Aqui, seus primos na feira de orgânicos





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