Antes de ontem e ontem passei mal, tive ânsias, descomi o almoço na hora do jantar, não comi mais, não quis cozinhar, enjoei, fiquei mole, com olho de peixe morto, emagreci. Ontem ainda estava meio de ressaca, mas consegui terminar o purezinho que havia começado na noite anterior e que havia interrompido no meio por causa dos enjoos. De manhã a Eliana chegou dizendo que também teve os mesmos sinais durante a noite. Nós duas tomamos chá de amburana-de-cheiro que, segundo ela, é bom pra isto. Saramos. Agora foi a vez do Marcos que passou mal durante esta noite, com enjôos. Na terça feira, quando tudo começou, o que fiz de diferente foi andar de trem gelado até a Vila Olímpia, onde tinha uma reunião num prédio fechado, com ar condicionado. Depois, almocei aqui em casa com uma amiga, uma carne de costela que tinha preparado no dia anterior e mantido na geladeira até o momento de requenta-la até a fervura. Com outros pratos insuspeitos: vagem refogada, salada de folhas desinfetadas, feijão de corda, arroz integral, legumes ao forno, vinho. Carmen comeu de tudo, gostou, elogiou, repetiu a carne. Liguei pra saber se tudo bem, se não tinha passado mal e ela continuou elogiando a carne, disse que estava tudo bem e que saiu daqui satisfeita. Agora, lendo o blog do Paladar, vejo que os clientes do restaurante britânico The Fat Duck tiveram foi uma virose com sintomas parecidos com estes que tive. E pensar que isto quase leva Heston Blumenthal a decretar falência. Veja a notícia aqui. Logo, aliviada por não ter que fechar minha própria cozinha, imagino que fomos atacados também pelo fat duck virus - convenhamos que este nome seja mais elegante para o norovirus que "winter vomiting". Mas, ufa, passou. Continuando o que havia começado, ontem só consegui terminar o purezinho para comer com os filés de peixe galo (ou galinho, como corrigiu-me um leitor), que me trouxe de volta o ânimo. Sobre este peixe já falei aqui. Foi bom, restaurador.


