Minha amiga querida Mônica Manir deu azar neste ano. Justo no fim de semana de comemorar o aniversário calhou o feriado de Páscoa. Para completar, estava de plantão no jornal (ela trabalha no caderno Aliás, do O Estado de S.Paulo). Pensou em chamar os amigos e comemorar numa pizzaria depois do plantão, para não passar em branco. Mas fiquei com vontade de oferecer a casa e umas comidinhas, já que ela e o Carlos estão morando longe, em Vinhedo, e aqui seria mais prático para os convidados. E poderia chamar quem quisesse. O Carlos é nosso amigo agrônomo de longa data - Marcos, ele e eu estudamos juntos no cursinho pré-vestibular. Mônica é jornalista, amiga também de mais de uma década, que conheci quando trabalhei para a revista Claudia. Apresentei os dois porque achei que combinavam; eles se apaixonaram; as famílias aprovaram e estão juntos há uns cinco anos. Por isto tenho um carinho especial de madrinha pelos dois. Em casa poderíamos ficar mais à vontade, além de comer mais, beber mais e rir mais, como é de nosso feitio quando nos encontramos com a Kátia Stringueto, que também é jornalista, uma das melhores amigas que se pode ter e que faz aniversário amanhã. Bem, assei um pernil para 15, amassei uns pães, fiz uma pastinha de kefir com ervas frescas e botei na roda a geléia de pimenta. Comemos, bebemos e rimos e cadê os outros convidados? Quem mandou aniversariar no feriado? Todo mundo viajando. De qualquer forma, estava divertido. E talvez viesse uma amiga que ficou em São Paulo. Com acompanhantes? Tomara. Antes que a amiga ligasse dizendo que não estava se sentindo bem, ouvimos alguém batendo palmas. Não tenho muros e deixamos a portinhola da porta aberta para ventilar. A pessoa não deve ter visto a campainha, subiu o lance de escada e bateu palmas, já quase na sala. Corri lá e fui abrindo a porta. Abraços, beijinhos, quem é você mesmo? Ah, eu vim buscar o kefir. Nisto, já estavam comigo a Mônica e a Kátia. Poxa, é mesmo. Denise! Tinha esquecido, entra, vamos entrando. Era a Denise, leitora do blog que escreveu, virou amiga, pediu kefir e eu disse que podia passar em casa, que não sairia no sábado à noite, já que tinha a festinha. Mas estou tão acostumada a levar cano de queredores de kefir, que combinei e esqueci completamente. Veio ela com o marido e a mãe, que mora em Rondônia. Venham comemorar, que está faltando gente nesta festa! - Marcos, Carlos, a Denise! Fátima, Paulo! Prazer. De repente a mesa encheu, buscamos cadeiras, danamos a conversar sobre a vida em Rondônia da mãe, o trabalho de comissária da Denise, o cachorro do casal. Marcos e Carlos só se tocaram que nenhuma de nós nunca tinha visto antes aquela família quando alguém mencionou a palavra Kefir. Até então não estavam entendendo nada, achavam que era a tal pessoa que viria, com acompanhantes. No fim, estávamos todos ali como amigos de velha data numa mesa de bar. Conversamos, comemos, bebemos, rimos; todo mundo enturmado. Pena que não ficaram muito. Pena que não tiramos fotos. Mônica ficou feliz com a casa cheia. E tive que jurar que não se tratava de armação, que não eram figurantes e que não receberiam cachê pela animação da festa. Rimos muito da situação surreal. Todos nós adoramos a Denise e sua família e nossa festa ficou muito mais animada. Obrigada, Denise, por ter vindo na hora certa com as pessoas certas.

