Olhe o tamanho! Aprumando o arbusto frágil tombado no carreador pelo peso das pimentas - mais de dois metros. Já tinha visto pé de cumari carregado, cheio, pesado. Mas deste tamanho, foi a primeira vez. O peso era tanto, que o arbusto se debruçava sobre o carreador de café. Estas pimentinhas, cujo centro de origem é o Brasil, são comuns na região sudesde e nascem espontaneamente, semeadas por pássaros que quase não nos deixam as sementinhas vermelhas - comem todas, a menos que se cubra o pé com telas ou a área seja degradada, sem pássaros. Mas também, sem semeadores, não haverá plantas espontâneas aqui e ali debaixo de árvores, na sombra do cafezal. Neste caso, terão que ser plantadas pelo homem. Então, que comam as vermelhas os pássaros, que nos contentamos com as verdes que conseguimos colher e que também são deliciosamente picantes e perfumadas. Desde 1983 a cumari deixou de ser uma variedade da Capsicum baccatum (Var. praetermissum), e passou a ser considerada uma espécie separada, Capsicum praetermissum, pelo Centro de Recursos Genéticos das Capsicum, ligado à UN/FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations). Difícil de colher, hoje deve ser a pimenta mais cara do mercado (cerca de R$ 70,00 ou R$ 7,00 por 100 gramas, para não assustar).
Aqui, a família Gassen. Mariângela e Laurinha na labuta e Rui, vigiando a pimental Bem, colhemos de alguns galhos caídos - o mais fácil é carregar um galho, se sentar sossegadamente em algum canto de onde se possa ouvir conversas ou dela participar e esquecer do tempo- , e quem destacou as pimentinhas desta vez foram o Marcos e o cunhado Darly, quase em silêncio meditadivo, diferente das mulheres. O importante é que o resultado com conversa ou com silêncio é quase o mesmo (em silêncio se presta mais atenção para tirar o pedúnculo sem machucar os frutos). Darly e eu preparamos três vidros de conserva do jeito que já mostrei aqui, mas juntamos algumas poucas pimentinhas vermelhas e malaguetas que meu irmão trouxe de algum lugar. E umas especiarias, uns pedaços de alho e umas florzinhas de manjericão. Elas foram bem lavadas, secas no forno quente e misturadas com a salmoura com vinagre. Depois que a pimenta chupou um pouco do líquido, jogamos azeite por cima para cobrir. E só.
Já tive um pezinho aqui no quintal, mas ela seca depois de um tempo. Se não me engano, é anual. Agora trouxe outra mudinha que resiste verde.
- Pimentas? Presente!
Hoje o caderno Paladar traz boas ideias de presentes comestíveis e bebíbeis para o Natal. Tem biscoitinhos amanteigados, limoncello, conserva de limão, marrom glacê, terrine e até conserva de pimenta da dona Neidoca aqui - minha mãozona aparece...
- Pimentas Perfumadas Em Gotas Ardidas
Estava com muita pimenta na cozinha e resolvi dar-lhes um fim digno. Já estou com muita conserva em azeite, vinagre e cachaça, mas nunca tinha feito molho como um Tabasco, por exemplo. É um jeito bem prático de aromatizar caldos quando não se quer...
- Pimenta-rosa Branca
Pensei já ter falado da pimenta-rosa ou aroeira vermelha por aqui, mas fui procurar e nunca. Talvez porque não tenha lá grande simpatia pelo aroma resinoso que sabe a terebentina. Mas acho linda e docinha e às vezes uso em peixes com muita parcimonia....
- Pimentón De La Vera E Sopa De Ajo
As pimentas usadas para fazer o Pimentón de La Vera
Ontem citei o Pimentón de La Vera na receita de dobradinha. Como prometi falar dele, vamos lá.
Há pápricas e pápricas. Nunca me empolguei muito com a húngara nem com a portuguesa, muito...
- Momento Retrô: Pimenta Biquinho
Há um tempo escrevia sobre ervas e especiarias para a revista Cláudia Cozinha. Como continua a toda a fama da vermelhinha (ops, esta da foto é laranja, talvez mais uma mutação, direto de uma fresta na porta da casa do meu irmão, em Fartura), reproduzo...