Fim de semana em Silveiras. Devagar!
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Fim de semana em Silveiras. Devagar!




No ano passado, no mesmo mês de maio, contei aqui a viagem que fiz a Silveiras pra ver a Festa da Broa, a convite do João Rural. Os quatro posts que a viagem rendeu e suas imagens podem ser vistos aqui:  Comendo em Silveiras; Festa da Broa, O Sítio do  Pinhal; e  Receita da Broinha em folha de caeté. 


Pois neste último fim de semana aconteceram as mesmas coisas: ficamos no Sítio do Pinhal, fomos à Festa da Broa, comemos farofa de içá no Ocílio, respiramos ar puro da Serra da Bocaina e descansamos o olhar no horizonte sem fim. A diferença é que teve lançamento do livro do João Rural (Causos e Sabores das Nascentes do Paraíba do Sul - para comprar: joã[email protected]) e que desta vez ocupamos todos os quartos do sítio com nossa turminha de doze, incluindo Mara Salles e Ana Soares. 


Fomos ainda conhecer com Seu Josias o moinho de pedra que faz o fubá para as broinhas da festa. Assim como protestei no ano passado, Mara e Ana também ficaram  indignadas ao verem as broinhas peladas de um lado, dentro de bacias de plástico, e do outro as lindas folhas de caetés jogadas no lixo, um lindo cesto de taquara feito pelo Seu Josias; sendo que algumas broinhas não só foram desembrulhadas, mas embaladas em pratinhos de isopor com filme plástico. Uma inversão dos valores e da autenticidade que gostaríamos de ver ali. Segundo Uelington, o organizador da festa, as pessoas querem assim, acham mais bonito e higiênico. Mas que protestamos, protestamos. Incorporar o moderno é bom e necessário, mas copiar o que o modelo desta suposta modernidade tem de pior é que dói. 


Havia na festa barracas de cocadas e de cupcakes ou brigadeiros com miçangas coloridas (como é o nome mesmo daquelas bolinhas cheias de corantes?) e de sanduíche de pernil e de linguiça de vendedores profissionais de outros lugares, que participam de todo tipo de festa, que embrulham suas comidas em sacos plásticos e que não tem nada a ver com a cultura local. Mas não vimos ali ninguém vendendo o fubá do moinho de pedra, a quirera branca, o milho vermelho, os biscoitinhos locais das cozinheiras experientes, a cestaria de taquara do Seu Josias e tanta coisa boa que deve estar escondida naquelas montanhas frias.  Tudo isto mais um som de sanfona, as broinhas nas folhas, que são deliciosas com textura de pão de mel, as cabeças de leitão recheadas e assadas na fornalha, as galinhas fritas inteiras que vão para leilão, já fariam uma boa festa. Poderiam deixar de fora as caixas acústicas com som super alto, as bacias de plásticos e isopores e as barracas com produtos exóticos, genéricos e chineses. É só um palpite - meu e de todos que estavam comigo.  


Bem, mas nossa viagem teve o pretexto de ver as broinhas na folha de caeté,  aproveitando o assunto invólucros que fará parte da aula que Mara, Ana e eu daremos juntas neste ano no Paladar, mas o descanso serviu também para arejar as ideias e nos divertir.  Depois dou receitas que ganhei da Marina do Sítio do Pinhal, da compota de limão cravo do Ocílio e alguma receita do livro do João. Por enquanto fique com algumas fotos de lá e o convite para que conheça aquele pedaço peculiar de São Paulo. 
Emi (irmã da Mari Hirata), Mara Salles, Marcos e Ana Soares com João Rural que estava lançando seu  livro


Marina, do Sítio Pinhal e Ana Soares
  
Marina batendo bobo fofinho

Açucareiro e biscoitinho no lançamento do livro do João
  

Sobremesas e bananas do Ocílio

Café da manhã da Marina

Moranga, cuia e banans São Domingos e São Tomé no Ocílio

Farofa de içá, no Ocílio

Pão de queijo da Marina

Sobremesa na Marina


Urucum na Marina

Mesa de estudos

Cena de enfeite

Seu Josias mostrando o moinho sob luz de lamparina

Aninha e Mara com Emi, sob chuva fina, querendo saber tudo do Seu Josias


Que mostra o moinho de pedra sob luz de lamparina




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