Muito Além do Peso
Comida Saudável

Muito Além do Peso




Vários amigos e leitores me mandaram o link. Assim, acho que a maioria dos leitores do Come-se já deve ter visto. Fui deixando pra ver depois, com tempo, espichada no sofá, e nunca deu. Mas ontem minha filha Ananda me mandou e hoje tive que fazer um repouso forçado. Tudo a calhar e finalmente vi o documentário que mostra crianças obesas com problemas derivados do excesso de peso e as principais causas. Se você não tá nem aí porque não tem crianças, veja porque ainda poderá tê-los. Ou tê-los por perto. Afinal, tem seus sobrinhos, filhos das primas, dos amigos. Se só tem filhos adultos, poderá ajudar seus netos. Se já passou para os segundo tempo, lembre-se que estas crianças serão os adultos que cuidarão da sua saúde. E, de qualquer forma, se já viu, grave e divulgue.

Observe a mãe de uma menina gordinha que já trabalhou no Mac Donald e a analogia que ela faz com o viciado. Ananda também fez uma analogia na cena das criancinhas na zoológico, se não me engano, todas com seus sacos de salgadinhos e rostinhos desfigurados pela edição para proteger suas identidades - juntas,  parecem uma turminha de pivetes viciados em cola (hoje substituída pelo crack). É bem triste. Veja ainda sobre o papel dos sugar drinks, coca-colas, pseudos sucos de frutas, sucos de pozinhos e a quantidade de açúcar que estas bebidas contem (os de pozinho tem adoçantes artificiais, isto o filme não mostra, mas a gente sabe). E repare que ninguém mais mata a sede com água, mesmo nos lugares mais isolados. Mas também veja o sucesso que é o barcão da Nestlé navegando por águas nunca ou quase nunca antes navegadas (por serviços essenciais como de saúde e saneamento básico...). Levam produtos básicos e indispensáveis para vender em Breves, no Pará, por exemplo: chocolate, salgadinhos, suquinhos, porcariazinhas. E o Mac Donalds fazendo brincadeiras na escola? E os presentes para as crianças associados a alimentos viciantes? Sorte que pelo menos a mãe do pica-pau morreu! (segundo um menininho, a polícia matou). Veja ainda a opinião de especialistas que falam da concorrência dificil que os pais têm que enfrentar. Publicitários ardilosos, televisão gananciosa, e indústrias poderosas.

O documentário da diretora Estela Renner, trata de assunto de peso de forma leve, mas instrutiva. Mostra cenas comoventes em todo o Brasil de pais que amam seus filhos, mas estão perdendo para a concorrência que quer vê-los adictos, fieis. Nossas crianças estão obesas, cansadas, sedentárias, diabéticas, hipertensas, com dores nos joelhos. Nossas crianças envelheceram. Vamos ficar de braços cruzados? Que legado estamos deixando para elas, tão indefesas? 

Eu já vi esta novela antes,  por todos os cantos por onde passei. No Senegal, os outdoors da Nestlé e outras corporações são vergonhosos, constrangedores. Crianças e adultos senegaleses não tomam café coado, por exemplo. Tomam nescafé, nas cidades e nas aldeias. O tempero tradicional não existe sem cubo Maggi, por exemplo. E o suco de baobá natural leva suco em pó para incrementar (certamente uma daquelas receitas de rótulo ensinando a usar o produto em receitas naturais, para deixá-la mais bombada). E aqui, como mostra o filme,  temos de crianças tomando mamadeira de coca-cola a cacique ensinando a preparar miojo. No alto Xingu os índios estão hipertensos pelo consumo de alimentos industrializados. Nas periferias, pais e filhos estão gordos, pois refrigerante, biscoito recheado, sorvetes e outros engordativos são baratos. 

Mas uma experiência em Acrelândia, PA, onde uma turma de pós graduandos em nutrição e eu fizemos oficinas, foi bastante animadora (se quiser saber, é só digitar Acrelândia aí no campo de buscas, pois tem muita postagem a respeito, o mesmo para Senegal). Observamos que o que falta para detonar a concorrência é regular a propaganda, mas também investir pesado em campanhas de educação nutricional nas escolas e em outros agrupamentos infantis. E não precisa de muito dinheiro, não. É só incluir piqueniques nas aulas de artes, ciências, matemática etc. O alunos de uma escola rural adoraram comer frutas, legumes e pratos feitos pelas mães. Ficaram empolgados com a mesa colorida. Não sobrou nada e até a tigela com salada de pepino foi raspada. Então, vamos tentar.






O legal deste filme é que você pode baixar e montar sua própria exibição na sua igreja, na sua comunidade, entre seus amigos. Vá lá ao site oficial do documentário:
http://www.muitoalemdopeso.com.br/index.html




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