Spätzle de taioba e o instrumento improvisado
Comida Saudável

Spätzle de taioba e o instrumento improvisado


Já falei destas massinhas e mostrei meu fazedor de spätzle AQUI. Faço sempre dele quando o almoço vai ser do estilo fast food. Mas não é por isto que esqueço minha formação de nutricionista e, como não havia verdura nenhuma, resolvi dar fim em duas folhonas de taioba que cresciam sem limites num corredor sombreado. Para incrementar a massa e deixar meu almoço mais nutritivo. Segui a massa tradicional, mas substituí parte da água pela massa de taioba e deixei a massa mais densa já que o glúten estaria mais diluído por causa do acréscimo da verdura. Ficou pra lá de bom, nesta multimistura eurobrasileira.


Spätzle de taioba
2 folhas de taioba
1 ovo
190 g de farinha de trigo (cerca de 1,5 xícara)
Água
1/2 colher (chá) de sal
1 pitada de noz moscada
1 pitada de pimenta-do-reino
Lave bem as folhas de taioba e vá rasgando, tirando pedaços entre a estrutura. Descarte o esqueleto das nervuras principais. Cozinhe os pedaços de folhas em água fervente salgada por 2 minutos ou até ficar bem macia. Escorra bem, espere esfriar (a minha rendeu 80 g), coloque, amassando bem, numa xícara padronizada de 240 ml e complete-a com um ovo e água. Bata tudo no liquidificador até ficar cremoso. Coloque numa bacia e junte farinha, mexendo sempre até resultar numa massa elástica e não muito mole. Bata bem e passe pelo instrumento de fazer spätzle. Ou apoie uma tábua com a massa na borda da panela e vá cortando tirinhas com uma faca, deixando cair direto sobre a água. Quando subirem na água, tire com uma escumadeira e vá ajeitando numa travessa. Junte um pouco de azeite ou manteiga para que não grudem e sirva com molho ou com cebolas carameladas na manteiga. No caso, servi com o molho de calabresa abaixo, também super rápido.
Rende: 3 porções
Molho de calabresa
2 dentes de alho finamente picado
1 colher (sopa) de azeite
1 cebola cortada em cubinhos
100 g de linguiça calabresa cortada em cubinhos
1 lata de tomate pelado (400 g) passado pelo passador de legumes
1 pitada de orégano seco
1/2 colher (chá) de sal
3 pímentas cumaris em conserva amassadas
2 colheres (sopa) de folhas de manjericão
Refogue o alho no azeite até dourar. Junte a cebola e a linguiça e refogue até murchar a cebola. Acrescente o tomate com seu caldo. Tempere com o orégano, com o sal e a pimenta e deixe cozinhar por 10 minutos ou até a linguiça ficar macia. Se for preciso, junte um pouco de água. Experimente e corrija o sal, se necessário. Junte as folhas de manjericão e sirva com o spatzle ou com macarrão. A porção que sobra, guarde para comer com pão. Nhac.
Rende: 4 porções

Baixa tecnologia, grande solução
Quando falei AQUI sobre o instrumento de fazer spätzle, a Veronika, filha de húngaros, mandou o comentário que está lá: "Oi, neide, pra mim, isto ficou com cara de jantar húngaro de mãe. A diferença é que ela, em geral, faz com frango com paprika (da húngara, que você nem gosta tanto). Lá em casa, a gente chama o tal do nhoque de farinha de nokedli. Minha mãe tinha uma lata de goiabada, ou marmelada, que meu pai furou, com uns buracos de meio centímetro, e minha mãe passava a massa com uma espátula. Hoje, ela tem uns desses de camelô. Mas acho que foi algum camelô húngaro... beijo" .
Embora eu tenha um passador de spätzle, fiquei com isto na cabeça: a idéia de uma lata furada. Como não achei lata alguma aqui em casa, comprei uma marmita de alumínio mixuruca e furei com o maior prego que encontrei entre ferramentas do Marcos. Apoiei sobre uma tábua e mandei ver. Desta vez não martelei o dedo. Mas o lado de fora dos furos no alumínio estraçalhado pode virar uma arma poderosa se você não tomar cuidado. Para evitar acidentes, é só passar uma lixa de ferro para tirar o corte; sempre apoiar o instrumento sobre a própria tampa quando não estiver usando ou enquanto coloca dentro dela a massa; e lavar o ralo do ralo sempre com escova sem sabão, assim que acabar de usar. A tampa serve de apoio também para guardar o instrumento tupiniquim. Usei primeiro um pão-duro sem cabo para forçar a massa e cortá-la sobre os furos, mas concluí que dá pra usar a espátula com cabo mesmo. Outra coisa que constatei é que ficaria bem melhor se tivesse comprado uma frigideira simplezinha, sem teflon, em vez de marmita. Pelo menos ela apoiaria mais facilmente sobre uma panela redonda e ainda teria o cabo para segurar. De qualquer forma, marmita, lata e frigideira são boas opções caso não queira pagar mais de cem reais por um instrumento apropriado. Ou no caso de não encontrar pra vender e ainda assim quiser testar esta massinha pra lá de prática e gostosa.


O instrumento apropriado


O instrumento improvisado e o resultado




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