Lichia no pé
Comida Saudável

Lichia no pé




O tempo que quiser para ficar ali comendo lichia
Tenho um lindo pé de lichia no quintal da minha casa no sítio que sempre me espera com frutos no Natal. Um ano mais ralo, outro, carregado. Este foi um ano de fartura. Mas, sabe-se lá se por causa do clima ou de qualquer alteração de polinizadores, a exuberância não me esperou. Chegou antes para todos os pés da redondeza. No final de novembro já precisaram começar a olher. Meu pai conseguiu salvar algumas e guardou na geladeira para quando eu chegasse; deixou outro tanto no pé, na esperança de eu chegar a tempo. Qual nada, as abelhinhas arapuás (ou irapuás) não quiseram acordo. Furaram os frutos, sugaram seu nectar e devem ter feito delicioso mel escondido nos corticinhos por aí. Infelizmente o mel desta abelha pode ser tóxico e também um pouco nojento já que ela pode fazer sua colmeia com excrementos de gado, quando há pastos por perto. E é o caso. Portanto, eu é que não vou atrás.
Tenho também uma pitombeira, mas os frutos ainda estão imaturos, com gosto de feijão cru.
Mas vi no jornal da cidade que um sítio ainda tinha lichia e estava ofertando todo o pomar, self service, a R$ 2,00 por pessoa, para o tempo que quisesse passar ali comendo. Corremos pra lá. Atravessamos a fronteira do estado e, nos primeiros quilômetros do Paraná, lá estava à nossa espera um pomar com 130 árvores ainda carregadas, com frutos de sobra pra gente e irapuás. Se bem, que uma árvore inteira estava com tela para proteger de insetos. Não de gente. Entramos lá, eu e meu pai, e nos fartamos.
Bem, acho que compensou porque devo ter comido uns dois quilos sem muito esforço e sem saber qual árvore produzia a melhor lichia. Íamos de uma a outra árvore como abelhas tontas. E todo mundo sabe o prazer que é comer a fruta direto do pé. Por fim, ainda levei 1 quilo para comer em casa - estas, já colhidas, saem por R$ 5,00 o quilo. Um jeito esperto que os pequenos proprietários descobriram de aproveitar a produção e dar cabo dela localmente. Todos saem ganhando.
As Sapindáceas
A lichia (Litchi chinensis), o rambutão (Nephelium lappaceum), a longana ou olho de dragão (Dimocarpus longan), o pulasan (Nephelium mutabile), o mamoncillo (Melicoccus bijugatus) ou o Akee (Bliglia sapida) são todas frutas exóticas da família das Sapindáceas, muito bem adaptadas por aqui. A pitomba-do-norte (Talisia sculenta) é uma representante nativa da família.
Algumas são mais difundidas, outras nem tanto, como o Akee, de origem africana, que encontrei plantada na Estação Experimental de Fruticultura Tropical, em Conceição de Almeida - BA, e da qual se come o arilo cozido da fruta madura (verde, é tóxica). Algumas têm muita polpa como a lichia e o rambutão. Outras, nem tanto, como a nossa pitomba nativa, que é docinha e meio ácida, gostosa, mas que só faz vontade, porque é muito caroço para pouca carne.
O Akee, em Conceição de Almeida - BA
A pitombeira. Esta, também no sítio do Iwao e Helena
Para comer lichia à vontade na safra. Ou para passar alguns dias no campo (há duas casas para temporada), vá até o Sítio Santa Helena, de Iwao e Helena, que estão investindo também em turismo rural. Fica a 9,3 km da ponte de Fartura (que separa São Paulo do Paraná), no municípío de Carlópolis. Tel. 43-3566-1320, cel. 43-9162-3979.




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