Geringonçona perfeita para encaixar a outra geringoncinha Há um ano exatamente voltávamos de Porto Alegre cheios de história pra contar. Foi no feriado do dia do trabalho que, como diz o agora amigo íntimo Rui Gassen, me materializei direto do mundo virtual para o portão da rua Chile com família, mala e cuia para comer e beber durante três intensos dias. Culpa da minha comentadora mor e agora grande amiga Mariângela (já estivemos lá duas vezes e eles, uma vez aqui. Por enquanto)
Um dos programas mais legais foi fazer waffeln (waffle ou uáfou, que seja) numa noite fria usando a waffelphane dos antepassados Gassen. Claro, quando os colonos alemães chegaram naqueles matos fechados não havia forminhas elétricas para waffle. Eram feitos no calor da lenha, deixando a massa empregnada com um arzinho defumado. Segundo o Rui, o formato de coração talvez fosse o único sinal de poesia e romantismo numa época de dificuldades que endureciam a alma. Neste meio tempo o irmão do Rui encontrou no ferro velho mais duas destas forminhas todas encrustadas de ferrugem e massa fossilizada. Chegaram por sedex. Uma para mim, outra para o Guilherme. Limpei com palha e bucha de aço cada entranha. Sequei no fogo, besuntei óleo e a julguei limpa e impermeabilizada. Pronta para usar. Mas, durante bom tempo ela ficou aqui sem apoio e sem uso, já que não havia jeito de arrumar uma boca de fogo de lenha que a acomodasse com segurança.
Até que o cunhado Darly fez uma pareceria com um serralheiro para trabalhos deste tipo. Veio aqui, tirou medidas, pensamos num modelo e em poucos dias a peça estava pronta, com ferro super reforçado e encaixe perfeito. Com a vantagem de que ainda serve de churrasqueira para carnes e peixes pequenos. Ou aquecer o chá no fim da festa.
Aproveitei o aniversário de um ano da noite do wafflen para inaugurá-la. A noite de sábado estava limpa e fria na medida. Chamei a irmã e o cunhado além da amiga Inês Correa que dava sopa no feriadão em que amigos viajam. Pão, queijo e vinho antes. Waffeln depois, com chimia de amora e maçã, queijo cottage (nata, não havia), doce de leite, cachorrinhas correndo - minha e da Suzana, e skype ligado para mostrar a farra para os amigos gaúchos que nos presentearam este momento - que não existiria sem eles. Com saudade.
A receita da massa está aqui.
Mais fotos, super profissionais, foram feitas pela amiga fotógrafa, Inês, cuja presença, além de ser sempre um prazer, é ainda conveniente(site dela estará sempre nos linques
Negócios de Amigos, aí do lado). Basta ver as fotos: