Piracaia, aí vamos nós! Abobrinha
Comida Saudável

Piracaia, aí vamos nós! Abobrinha


Ninguém aguentava mais ouvir falar de Fartura, que compôs grande parte do repertório do Come-se desde a data de sua criação. Até que meus pais resolveram vender o sítio e se mudar para Curitiba. Como nossa chácara naquela cidade,  que apesar de linda é longe de São Paulo, só fazia sentido estando meus pais por lá, ela foi vendida junto. Ficamos meio desamparados, sem saber o que fazer com a mobília da casa, sem ter frutas e hortas para colher, as galinhas, os ovos, o olhar longe. E pensar outro lugar sem meus pais (que agora só querem o conforto da cidade) também me parecia desanimador. 

Mas a vontade de voltar a ter um pedaço de terra foi maior e começamos a procurar algo perto de São Paulo. Depois de muito bater pernas por aí, descobrimos Piracaia. Foi amor à primeira vista aquela terra meio abandonada sem árvores ou flores, adornada apenas por uma casa velha e feia. E que vista! De qualquer canto do terreno se tem a vista mais linda que meus olhos poderiam esperar. Do outro lado da represa do rio cachoeira, de águas verdes e calmas, umas colinas arredondadas. Meio carecas, está certo, mas, com o projeto de reflorestamento que acontece por ali, logo estarão bem mais verdes e acolchoadas. E o silêncio é absurdo e denso, só cortado pelo canto dos pássaros.

Marcos achou lixo e uma abobrinha
Neste fim de semana, já com as chaves e escritura em mãos, começamos a limpar, tirar lixos, jogar água. Suzana e Darly, irmã e cunhado, nos ajudaram a deixar minimamente limpa e em ordem a casa onde primeiro vão morar os caseiros. Marcos saiu pelo terreno catando lixo, muito lixo (a casa estava alugada para uns homens que estão trabalhando com o reflorestamento da área em volta da represa, controlada pela Sabesp) e no meio do mato achou o primeiro e único fruto comestível de todo o pedaço - uma abobrinha, que foi para a panela da Suzana em gratidão aos dois queridos pela ajuda. Muitas outras virão. Fiquei eufórica com a descoberta e já abri espaço para a planta que estava sufocada por outras ervas.  Vai dar muito trabalho, sabemos. Mas estamos entusiasmados para que chegue logo o dia de nos sentarmos no banco no fim da tarde para ver o por do sol nas águas quietas. Antes disso, muitas viagens com o bagageiro cheio de plantas, portas e janelas. Agora, olho nas podas e caçambas da Lapa!  

E, claro, a partir de hoje você vai ver por aqui muito sobre Piracaia, a evolução do espaço, e especialmente sobre o que teremos para comer.  Ah, estou aceitando chuchus diferentes para plantar, de preferência já com brotos. 






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