Piruás peruanos
Comida Saudável

Piruás peruanos



Na feirinha peruana e boliviana (já estou ficando monotemática) há alguns tipos diferentes de milho, mas sabemos que no Peru são dezenas ou centenas até. Por aqui também havia milho nativo de várias cores e formas, mas o amarelo chegou pisando em todos eles. Ouvi dizer que perto de Cunha-SP ainda se cultiva milho roxo e com ele se faz fubá. Imaginem uma polentinha mole feita com ele.. Mas fora pequenos produtores e algumas tribos, nenhum grande agronegócio quer saber destas variedades pouco rentáveis. Em compensação, se der uma praga no milho amarelo, estamos danados, pois a biodiversidade, perdida, é fundamental para evitar estas catástrofes. Mas se depender de mim, logo logo o Brasil estará novamente povoado com estes milhos índios, pois já dei sementes para o meu pai cultivar em Fartura e neste fim de semana nossos amigos João Bosco e Sirley levaram para plantar em São José do Rio Preto. A vantagem é que eles não são híbridos e germinam com facilidade. Já testei.
Na feira boliviana, eles são vendidos já debulhados, em saquinhos
No Peru e na Bolívia são várias receitas de cremes e refrescos com o milho roxo, que, aliás, faz um ótimo chá - publicado aqui ontem. Agora, o que me fascina mesmo são as pipocas peruanas que nada mais são que piruás viáveis, mastigáveis e crocantes. São pipocas que estufam, extrusam, mas não viram do avesso. E o sabor é maravilhoso, daquele piruá que deu certo, que não vingou mas não encruoou. Foi meu amigo Ives, peruano, quem me apresentou a elas. Sempre que posso, compro variedades diferentes e frito tudo junto numa só panela. É como fritar pipoca, mas o pulinho delas é pequeno. Um ótimo tira-gosto para uma cerveja gelada (calma, calma, o calor vai voltar). E ainda pode ser levada na bolsa para comer no cinema, pois não faz aquele barulho insuportável - desde que você a leve num saquinho silencioso, de preferência de pano. E também porque não faz muita diferença comer quente ou fria. Boa de qualquer jeito.




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